tem alguma coisa no jeito que cê me olha. cê não me olhava assim antes, não. é bom, agora. antes, meio desconfiado. uma coisa meio um pé atrás, outro também. uma coisa meio não-sei-direito-será-que-devo. uma coisa meio o beijo que cê não me deu no dia que a gente se conheceu. uma coisa meio o beijo que cê não me deu naquele outro dia também. eu não. eu te olhei com uma cara de quem te queria desde o primeiro dia. eu sou assim. não sei se dá pra ser de outro jeito, mas gosto de ser. bem assim. de ter te olhado com cara quem te queria. de ter chegado bem pertinho e quase morrido de vontade, mas ter aceitado que a chuva tava mais forte que a tua vontade de me beijar e te deixar lá, mesmo. foi engraçado pegar na tua mão antes de te beijar. foi quase-bom o tanto que a gente demorou pra dividir a cama. só não foi tão bom porque foi tão bom que podia ter sido antes. eu acho que na real quando te olhei da primeira vez já sabia que ia acontecer alguma coisa. a gente falou muito logo de cara. eu adoro falar muito, já te falei um monte. a gente fala tanto que a gente vai mudando. o assunto. o lugar. o semblante. a vez de quem. é mágico falar tanto te amando o tanto que te amo. é mágico o que você faz em mim. é mágico o meu peito que treme quando cê diz que me ama. quando cê me pede um beijo. meu peito falta sair do peito. pra onde iria, eu fico me perguntando. é que é mágico o gosto do seu beijo. o tanto que me hipnotiza o cheiro do seu pescoço. o tanto que me tira do eixo seu corpo colado no meu. você ressignificou meus dias. entrou na minha vida pedindo muita licença. mas quando cê parou pra me olhar, eu já tinha escancarado a porta da frente.
mas isso aqui, meu senhor, é uma carta de amor
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