Antes de qualquer coisa, vamos tirar esse elefante da sala. Não fiz exercícios no feriado. Simplesmente não deu. Tô cansada. Essa semana tá tão arrastada que parece música de Chico. Um laraiá lararaiá que nunca chega lá. Ainda não deu tempo de fazer tudo o que eu precisava ter feito até hoje. ÓBVIO. O recurso de reagendar o prazo das tarefas tem sido muito utilizado. Não porque eu não estou dando conta, mas porque as instabilidades no mundo lá fora fazem as prioridades mudarem o tempo INTEIRO. O que era pra depois vira urgente e, o que era urgente, se mantém sendo igualmente urgente. O dia, invariavelmente, continua tendo a mesma quantidade de horas, o que é SUBSTANCIALMENTE prejudicial para planejamentos.
Como eu disse, tô cansada. Tá foda. E nem tem live que vá dar conta disso, estou inconsolável. Ontem teve, no PopLoad TV, Manu com a Letrux, uma dupla capaz de criar uma grande rede de tensão sexual virtual entre sapatonas. Imagine só a quantidade de mensagens pra ex. É de parar o coração. E o meu segue aqui, batendo, imbatível. Inabalável. Nada me tira da mente o que preciso fazer, no que preciso pensar, no que poderia estar pensando. EU PODERIA ESTAR PENSANDO, não estou, não consigo. Mas tinha tanta coisa que eu também queria estar fazendo.
Mas é aquilo: cansada, a gente não consegue fazer muita coisa. Então aceito, vou lá, abro uma cervejinha e vou pensar nos próximos dias. Tenho três projetos simultâneos acontecendo e preciso organizá-los para que todas as entregas estejas boas e consistentes NO DIA ESTIPULADO. Várias informações para analisar, organizar e planejar. A primeira cerveja acabou. A caixa de entrada ainda tinha várias informações para serem processadas.
Levantei, peguei uma lata, voltei pra cá, comecei a escrever esse texto. Porque, cara, tem uma pandemia global acontecendo lá fora e aqui dentro ESTAMOS TENTANDO MANTER OS PLANOS. Estamos TENTANDO organizar medidas para NÃO MORRER. Não temos sido muito bem sucedidos, eu tô pra dizer. A dança das cadeiras do poder tá ficando sem opções de participantes. Dá medo. E eu aqui, acumulando louça. Com dor na coluna, por causa da cadeira. Irritada, profundamente irritada, com o delay no mundo.
Estamos todos em pausa. Quase como se estivéssemos tentando seguir, cada um com seu plano, e fomos colocados, por força maior, todos na mesma estrada. Que vai nos levar, sem muita delicadeza, a um espaço de futuro nunca antes habitado. Vamos chegar em um espaço de futuro onde a humanidade vai precisar aceitar que somos todos feitos da mesma coisa. Vamos chegar em um lugar onde precisaremos admitir que não é possível viver da forma como vivíamos antes disso tudo começar. Ele deve existir em algum lugar, esse futuro, e eu me pergunto se a gente VAI DAR CONTA.
Tantos planos frustrados. Chega a doer. E a gente aqui, sabe? A gente aqui, tentando preencher os dias. Com quadradinhos. Com checklists. Com videoconferências longas demais e ninguém NUNCA desliga o CACETE do microfone. Cara, se teu microfone é uma merda, você precisa desligá-lo. Estamos TODOS passando por um momento MUITO DIFÍCIL para o barulho do ruído do seu microfone ficar em cima da voz de alguém que está tentando facilitar o nosso trabalho. Hoje não tem alegria. Deixo pra amanhã. Porque apesar de mim e de você, amanhã há de ser outro dia.
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