eu tenho uma facilidade assustadora de entrar em piras existenciais por QUALQUER RAZÃO. dia desses me peguei pensando no tanto que as nossas relações humanas são baseadas em troca de energia, experiência e referência porque coloquei alguns legumes diferentes na mesma água e as cores se misturaram e eu pensei olha exatamente igual a gente!!!! o que não necessariamente faz muito sentido. mas aí foi massa porque ontem eu tava esquentando a janta no microondas (o famoso restodontê) e aí eu decidi que merecia um pãozinho pra acompanhar e coloquei o pão na sanduicheira e tirei a comida do microondas e enquanto o pão virava torrada eu comecei a ficar impaciente e andar de um lado pro outro da casa e querer tirar o pão aí quando ele minimamente pegou o formato da sanduicheira, tirei. tava meio molenga, mas ia dar pra comer, eu pensei, e deixei o pão ali, em cima da bancada e encostei na cumbuca com a comida. fria. coloquei mais um minuto e meio no microondas e pensei: porra se eu não fosse tão agoniada o pão teria ficado melhor, mais crocante e ficaria pronto junto com a comida. tentei ser prática e só compliquei. aí eu ali, naquele momento, encarando o visor do microondas, decidi que precisava aprender a deixar o tempo das coisas ser o tempo das coisas e entrei numas de mudar de postura (sabe quando você arruma a coluna antes de entrar no call pra parecer mais sério?) e aceitar o processo das coisas e tudo isso. mas toda essa indagação todo esse questionamento aconteceu em um minuto e dezoito segundos e quando eu já tava de saco cheio de respeitar o processo de todas as coisas, ainda faltavam doze longos segundos. de processo. da janta. e o pãozinho ali, molenga e quase gelado. o que me fez refletir sobre outra coisa: será que nossas relações humanas não são, na verdade, como o calor dos alimentos, que, quanto mais a gente pensa a respeito, menos sobra pra sentir?

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