faz tempo que não consigo escrever e toda vez que não consigo escrever me forço a encarar uma página em branco como quem repete a fórmula que já deu certo. era comum, antes, eu sentar e começar a escrever palavras aleatórias que, em algum momento, se tornavam amigas, aliadas, poéticas. hoje não funciona: a página em branco não encontra a poesia nem quando tem hora marcada. tento, portanto, novos caminhos; e escrevo nos cantos de folhas quaisquer, faço rimas agudas, invoco beleza na tez do capital. quase rasgo. mas escrever, mesmo, não escrevo. as palavras ficam juntas pelo hábito. quem procura sentido só me encontra tentando.
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